Há mais de um mês, o presidente russo Vladimir Putin lançou uma invasão total ao país vizinho, a Ucrânia, que vem lutando bravamente desde então. Os sites de notícias relatam diariamente ataques indiscriminados e atrocidades cometidas contra civis pelo exército russo. Os invasores destruíram escolas, prédios residenciais, construções importantes para suprir as necessidades básicas dos ucranianos, e até mesmo hospitais e ambulâncias.
Principalmente por conta destes ataques a prédios ocupados por civis, governos do mundo inteiro estão acusando Vladimir Putin de ter cometido vários crimes de guerra. No final de março, o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, declarou oficialmente que as tropas militares russas cometeram crimes na Ucrânia.
Assassinato de civis
Em seu pronunciamento, Blinken mencionou os ataques da Rússia a um hospital de maternidade em Mariupol. O prédio, que abrigava crianças e famílias foi atingido por um míssil que tinha a palavra russa “дети” (que significa ‘crianças’) gravada em letras garrafais. “As forças de Putin usaram as mesmas táticas em Grósnia, na Chechênia, e em Aleppo, na Síria, onde intensificaram os bombardeios de cidades para acabar com a determinação das pessoas”, afirmou Blinken.
Além da atrocidade em Mariupol, outros crimes de guerra foram cometidos em território ucraniano. Os assassinatos na cidade de Bucha também chocaram o mundo. Segundo a Ucrânia, mais de 300 civis foram mortos pelos russos em Bucha; imagens das ruas da cidade mostram corpos das vítimas, muitas das quais parecem ter sido executadas depois de terem as suas mãos amarradas.
Depois de mais de um mês, os russos eventualmente se retiraram de Bucha e as forças ucranianas ocuparam o local. Uma revista alemã afirma que conseguiu interceptar mensagens de rádio entre soldados russos, que aparentemente estariam falando sobre interrogar pessoas e então atirar nelas.
Borodianka é outra cidade que foi extremamente afetada pela guerra. Antes com 13 mil habitantes, o local ficou praticamente vazio após a invasão da Rússia. As forças russas desferiram ataques aéreos e bombardeios arrasadores que destruíram completamente a cidade, e então a ocuparam no dia 28 de fevereiro.
A ocupação durou um mês em Borodianka – e resultou em edifícios reduzidos a escombros e algumas casas servindo como quartel. Uma marca incluindo a letra “Z”, um emblema da chamada “operação militar especial”, símbolo usado pelo distrito militar da Rússia foi pintada em edifícios, junto à letra “V”, que abrevia a palavra Vostok (“leste”, em russo).
As leis da guerra
Mesmo durante uma guerra, exércitos e soldados devem seguir regras, como as convenções de Genebra de 1949 e leis internacionais como a lei humanitária internacional. Além disso, forças armadas que possuem controle efetivo de uma área estão sujeitas a uma lei internacional de ocupação. Já a lei de Direitos humanos internacional também se aplica em todos os momentos.
As leis da guerra proíbem atrocidades como assassinato intencional, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, e tratamento inumano de combatentes capturados e civis sob custódia. Além disso, a prática de pilhagem é proibida.
Há indícios de que as tropas russas vêm cometendo todos esses crimes de guerra em território ucraniano. Segundo a Brigada de Direitos Humanos, há casos de estupro repetido, ocorrências de execução sumária com pelo menos 7 pessoas, ameaças e agressão contra civis, e pilhagem de alimentos, roupas e outros itens de civis.
“Os casos que documentamos mostram crueldade e violência indescritíveis e deliberadas contra civis ucranianos”, afirmou o diretor da Brigada de Direitos Humanos na Europa e Ásia Central, Hugh Williamson. “Estupro, assassinato e outros atos violentos contra pessoas sob custódia das forças russas devem ser investigados como crimes de guerra”, completou.