O ator e cantor Arthur Singer faleceu na quinta-feira (6) e sua família divulgou a causa da morte do menino que tinha apenas 13 anos. Arthur foi vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico, que surpreendeu todos que acompanhavam a sua carreira. Durante a sua trajetória, ele atuou nos musicais Matilda e The Pilgrims e participou do reality show musical da Record, “Canta Comigo Teen”, em 2021.
A mãe de Arthur, Meire Adriane, contou ao GShow que ele nasceu com uma má-formação no cérebro, identificada apenas após a morte do rapaz. “Má formação essa que nunca foi detectada porque o meu filho nunca reclamou de dor de cabeça e a gente só procura fazer uma tomografia, uma ressonância, quando nós temos uma queixa”, disse.
A confirmação do óbito foi publicada pela internet: “Sabemos que ele está em um lugar onde não haverá mais dor e sofrimento”, diz um trecho do comunicado postado pela família.
O que é o AVC hemorrágico
O AVC hemorrágico, causa do óbito de Arthur Singer, é uma condição resultante da ruptura de um vaso sanguíneo do cérebro, o que provoca uma hemorragia na região. Este sangramento pode acontecer entre o cérebro e a meninge ou dentro do tecido cerebral.
Além do acidente vascular cerebral hemorrágico, existe o AVC isquêmico, também conhecido como infarto cerebral, no qual os vasos sanguíneos presentes no cérebro são entupidos por conta de uma trombose ou embolia. No caso da trombose, são formadas placas em uma artéria principal do cérebro que bloqueiam a passagem do sangue, enquanto no caso da embolia, uma placa de gordura ou coágulo se desprende de outra parte do corpo e chega aos vasos cerebrais pela rede sanguínea.
De acordo com o neurocirurgião e especialista em doenças cerebrovasculares, Dr. Victor Hugo Espíndola, o tipo de AVC hemorrágico é responsável por cerca de 20% dos casos de acidente vascular cerebral, enquanto o isquêmico representa os 80% restantes. Algumas das principais causas do AVC hemorrágico são os aneurismas cerebrais, um pico hipertensivo ou malformações arteriovenosas, como foi o caso de Arthur Singer, conforme conta o neurocirurgião.
“A má formação arteriovenosa ainda é uma doença congênita, ou seja, se desenvolveu durante o período embrionário. Ela tem três sintomas principais: dores de cabeça, epilepsia e o AVC hemorrágico, que é o sangramento”, explica o médico em entrevista ao portal Terra.
Sintomas
Tanto os acidentes vasculares hemorrágicos quanto os isquêmicos podem ter alguns sintomas em comum, como:
– Dor de cabeça intensa e súbita, geralmente acompanhada de vômitos;
– Perda da visão ou dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos;
– Paralisia ou dificuldade para se movimentar;
– Fraqueza ou dormência no rosto, nos braços ou nas pernas;
– Dificuldade para se comunicar e compreender outras pessoas.
No caso do AVC hemorrágico, também podem ocorrer sintomas como sonolência, perda de consciência, confusão mental e até mesmo convulsões. De acordo com o Dr. Victor Hugo Espíndola, a má formação que foi causa do acidente vascular cerebral em Arthur Singer pode ser assintomática, como provavelmente foi o caso do menino.
“Ou seja, o paciente era assintomático previamente, nunca teve nem dor de cabeça, nem crise compulsiva e infelizmente foi só descobrir quando ela sangrou fazendo o AVC hemorrágico”, diz.
O especialista explica que nessas situações não há muita saída, já que os médicos só costumam pedir exames de imagem para pacientes sintomáticos, principalmente no caso de pessoas jovens.
Ele ainda afirma que nesse público, o AVC pode se apresentar de forma diferente, principalmente porque as causas são outras. “Em idosos, por exemplo, os AVCs são decorrentes de comorbidades como hipertensão e diabetes, que vão levar à formação de placa de gordura ou a aneurismas cerebrais. Já em crianças, as causas são as doenças congênitas”, conta.
Caso se suspeite que o paciente esteja tendo um AVC, o especialista recomenda buscar o hospital mais próximo imediatamente.
