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Trump será preso? Entenda a polêmica com estrela de filmes adultos 

Nesta terça-feira (21/02) o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que espera ser preso em breve por conta de um pagamento feito à estrela pornô Stormy Daniels em 2016, no valor de US$ 130 mil, ou cerca de R$ 680 mil. O executivo nega as denúncias, mas a decisão sobre o que acontecerá cabe a Alvin Bragg, procurador distrital da cidade de Nova York. Caso Trump seja acusado, ele pode se tornar o primeiro presidente dos EUA a enfrentar acusações criminais.

Stormy Daniels começou a sua carreira na indústria de filmes adultos como atriz, e a partir de 2004 passou a trabalhar com direção e escrita simultaneamente. Ela fez participações especiais em alguns filmes de Hollywood, como Ligeiramente grávidos e O virgem de 40 anos, e no videoclipe da música Wake up call, do Maroon Five. Em 2010, Stormy Daniels planejou concorrer a uma vaga no Senado estadunidense pela Louisiana, mas disse que não estava sendo levada a sério e cancelou a sua candidatura.

Em julho de 2006, Daniels disse que conheceu o ex-presidente em um torneio de golfe beneficente em Lake Tahoe, uma área de resorts entre a Califórnia e Nevada. Durante uma entrevista feita em 2011 e publicada na íntegra em 2018, Stormy Daniels disse que Trump a convidou para jantar e ela foi se encontrar com ele em um quarto de hotel. 

“Ele estava esparramado no sofá, assistindo televisão ou algo assim”, disse ela. “Ele estava vestindo calças de pijama.” A atriz disse que eles fizeram sexo na ocasião. O advogado de Trump diz que o seu cliente nega que isso realmente aconteceu.

Repercussões

Para entender porque essa história voltou à tona, é preciso relembrar um fato de janeiro de 2018. Na época, o jornal Wall Street Journal publicou uma matéria revelando que, em outubro de 2016, um mês antes da eleição presidencial que Trump venceu, o advogado do ex-presidente, Michael Cohen, pagou US$ 130 mil a Daniels.

Segundo a matéria, o valor seria parte de um acordo de sigilo feito com a estrela pornô para que ela não falasse publicamente sobre o caso. Apesar do pagamento não ser ilegal, quando Trump reembolsou o seu advogado, o valor foi registrado como honorários advocatícios.

Assim, o processo atual se baseia na ideia que os promotores de Nova York têm de que isso seria uma falsificação, que é uma contravenção no estado. Além disso, é possível que os promotores aleguem que o pagamento foi uma tentativa de ocultar o caso de Trump com Daniels para o público, o que seria uma violação de leis eleitorais na época da candidatura do político. 

Dessa forma, aguarda-se a decisão do promotor Alvin Bragg de apresentar ou não as acusações. Para isso, ele montou um júri, que está avaliando se existem provas suficientes para iniciar o processo acusatório. Assim, apenas Bragg sabe se a acusação será anunciada e quando ela acontecerá.

Na semana passada, os advogados de Trump disseram que a investigação está prestes a terminar, e um sinal para isso é que o ex-presidente já teve a chance de comparecer perante o júri. Eles ainda disseram que Trump provavelmente não será preso. Já Michael Cohen foi condenado à prisão em 2018 ao se declarar culpado de violar o financiamento da campanha com os pagamentos para Daniels e outra mulher.

Trump, por outro lado, acredita que será preso. Esse escândalo, diferente de muitos outros em que ele esteve envolvido, pode trazer uma exposição ruim para o político, que poderá precisar testemunhar em um tribunal enquanto prepara uma nova candidatura à presidência. Apesar de não haver nada nas leis dos EUA que impeça pessoas acusadas de um crime de fazer campanha e servir como presidentes, isso com certeza iria prejudicar o republicano.

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