CNN trouxe as perspectivas de eleitoras mulheres dos Estados Unidos que votaram em Kamala Harris, e a sua reação após a derrota da candidata à presidência do país.
Durante entrevista para a Universidade de Howard, Janet Edwards falou como foi bom ter testemunhado a candidatura de uma mulher negra à presidência dos Estados Unidos.
“Não me vou desviar do que é possível no futuro”, disse a mulher de 53 anos de Washington, DC, EUA. “Haverá alguns momentos desafiantes que podem não ser do meu agrado, mas isso é normal quando se planeja viver esta vida, especialmente como uma mulher de cor”, finalizou.
Muitas mulheres que se identificam com a então candidata e fazem parte do mesmo grupo demográfico ficaram extremamente tristes com a derrota de Kamala Harris para Donald Trump. Pensando nesse revés e na derrota de Hillary Clinton há para Trump, fica o questionamento: por que as mulheres ainda não conseguiram quebrar o teto de vidro e chegar à Casa Branca?
Candidaturas de mulheres à presidência dos EUA
Como aponta a matéria da CNN, a primeira candidata ao cargo de presidência nos Estados Unidos foi Victoria Woodhull, em 1872. Já a primeira mulher negra a se candidatar ao cargo foi Shirley Chisholm, congressista do estado de Nova York que concorreu à presidência em 1972.
No entanto, foi somente em 2008 que os Estados Unidos realmente tiveram a possibilidade de eleger uma mulher presidente. A esperança das eleitoras que desejavam a representatividade ao maior cargo executivo se acendeu quando Hillary Clinton quase conseguiu ser nomeada para se candidatar pelo partido Democrata. Barack Obama foi o escolhido, governando por oito anos antes que, finalmente, Hillary Clinton conseguisse a sua nomeação.
No entanto, a candidata perdeu nestas eleições gerais, mesmo tendo obtido três milhões de votos a mais do que Trump.
Em entrevista relatada pela matéria da CNN, outra residente de Washington, DC, Melinda Corey, disse que acreditava que Harris e Clinton eram as candidatas mais qualificadas nas suas respectivas eleições. Segundo Melinda, ela estaria pronta para uma mulher presidente, mas acha que a maioria do país não está. “E não sei por quê. Detesto pensar que é por serem mulheres, mas tudo parece apontar nessa direção,” explica.
Mesmo que Harris não tenha vencido dessa vez, seus apoiantes consideram a sua campanha um sucesso, já que aproximou as mulheres da conquista da presidência. Além disso, o fato de Kamala Harris ser a atual vice-presidente, a primeira mulher a ocupar o cargo, também pesa bastante.
“Já normalizamos a existência de mulheres concorrendo e agora só precisamos levá-las até a linha de chegada”, declara a diretora de investigação e acadêmica do Center for American Women and Politics, Kelly Dittmar.
“Nunca desistam”, disse Kamala Harris durante o seu discurso para a multidão na Universidade de Howard. “E nunca ouçam quando alguém lhes disser que algo é impossível porque nunca foi feito antes,” completou.
O artigo da CNN aponta as repercussões da última vitória de Trump sobre Hillary Clinton, e questiona se essas repercussões poderiam se repetir novamente.
“A vitória de Trump em 2016 provocou uma onda de atividade política alimentada em grande parte pelas mulheres. As pessoas participaram em eventos da Marcha das Mulheres em todo o mundo, um número recorde de mulheres foi eleito para o Congresso em 2018 e seis mulheres concorreram à nomeação do Partido Democrata em 2020, incluindo Harris,” diz a matéria.
A matéria ressalta também a eleição de mulheres em diversos outros países, o que indica um movimento de maior inclusão em cargos importantes. Na Itália, Macedônia, Brasil e, recentemente, México, foram eleitas as primeiras mulheres para os cargos políticos mais altos do Poder Executivo. Espera-se que em breve a potência norte-americana se junte à tendência.